Lula reclama da lei eleitoral, exalta seu governo e convoca jovens à participação política | Política

Lula reclama da lei eleitoral, exalta seu governo e convoca jovens à participação política | Política

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Em discurso na Universidade de São Paulo (USP), com reclamações contra a legislação que proíbe pedidos explícitos de voto antes do início oficial das campanhas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exaltou seu mandato (2003-2010), convocou estudantes a não desistirem da política e prometeu priorizar a educação, caso volte a ser eleito.

Numa fala nesta segunda-feira (15) de pouco mais de 40 minutos “a 48 dias das eleições mais importantes desse país”, o petista reclamou diversas vezes da norma eleitoral. A campanha começa, oficialmente, nesta terça-feira (16).

Ele afirmou que rádios, jornais e emissoras de televisão falam de eleição o tempo todo no noticiário, “mas eu não posso falar de eleição”. “É o fim da picada. Alguma coisa está estranha nesse país”, discursou. Segundo ele, isso ocorre porque “a lei foi feita para garantir a manutenção de quem já tem mandato”.

Em discurso, Lula citou que o país chegou a ser a 6ª economia do mundo, mas hoje ocupa a 13ª posição e virou pária internacional — Foto: Andre Penner/AP

Batizado de aula aberta, o evento ocorreu num palco montado no vão do prédio das faculdades de História e Geografia da USP. Contou com a participação das professoras Marilena Chaui, Erminia Maricato e Adriana Alves, entre outras personalidades, e foi acompanhado por dezenas de estudantes no estacionamento da edificação.

Entre os presentes, também estavam o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), candidato a governador de São Paulo, o ex-governador Márcio França (PSB), candidato a senador – vaiado quando anunciado ao microfone –, e parlamentares e ex-parlamentares de partidos de esquerda.

A uma plateia formada majoritariamente por jovens, Lula disse que os presentes “não têm o direito” de desanimar e nem começar a repetir que todo político é ladrão. Se isso ocorrer, afirmou, o Brasil que sairá das urnas neste ano será pior do que o país que existe hoje.

“Está nas nossas mãos a responsabilidade de a gente dizer que país a gente quer, de dizer que cultura a gente quer, de dizer que educação a gente quer, que trabalho nós queremos, que política industrial nós queremos. Se a gente se omitir, o Brasil que surgir do processo eleitoral pode ser pior do que o Brasil que a gente reclama hoje que existe.”

“Nós não temos o direito de ficar quietos com a destruição em massa que está nesse país. Nós temos que gritar, nós temos que protestar”, insistiu.

Antes de exaltar números da gestão petista, Lula afirmou que o Brasil “retrocedeu” nos últimos 20 anos. Ele citou que o país chegou a ser a 6ª economia do mundo, mas hoje ocupa a 13ª posição. “E virou pária internacional”, completou.

Para exemplificar, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não é recebido em outros países e que também não recebe visita de chefes de outros Estados no Brasil. Quando falou de educação, o petista disse que não existe na história do Brasil algum presidente que tenha visitado 10% das universidades que ele visitou ao longo de sua vida.

Ele reclamou de o Brasil ter menos estudantes universitários que Argentina e Chile e prometeu mais vagas e mais universidades caso volte à Presidência. “Eu só vou sossegar quando o filho da empregada doméstica puder sentar ao lado do filho da patroa na universidade.”

Em um rápido discurso imediatamente antes da fala de Lula, Haddad lembrou do período em que era ministro da Educação e acompanhava o ex-presidente na inauguração de universidades pelo país. Ele exaltou o aumento da presença de negros em cursos superiores.

Marilena Chaui, a primeira das professoras a falar ao microfone, lembrou dos mortos pela covid-19 desde 2020, da população crescente em situação de miséria e dos milhões de desempregados. “Isso se chama crueldade”, afirmou. “A covardia produz a crueldade”. Chauí observou que “vivemos também na necessidade de recuperar a República e de reinstitucionalizar a República”.

Em seguida, propôs duas “tarefas” aos apoiadores de Lula. Depois de dizer que as esquerdas não têm a mesma estrutura de Bolsonaro nas redes sociais, convocou os simpatizantes a “levantar a voz” nas ruas, “conversar com as pessoas” e explicar “que esse Auxílio Brasil só foi possível porque as esquerdas votaram [a favor do aumento de R$ 400 para R$ 600]”.

A segunda tarefa, prosseguiu, “é fazer com que a população compreenda que as coisas irão mudar, mas será num ritmo lento”.

Erminia Maricato afirmou estar convicta de que a universidade pública tem “papel central” na defesa da democracia. Citou retrocessos nas políticas sociais e ambientais no país e lembrou que o Brasil é um dos mais desiguais do mundo, “uma democracia que nunca inseriu a maior parte da população”.

Assim como Chaui, ela também convocou os presentes “a uma missão”. A universidade, segundo ela, precisa “ter papel mais ativo na elaboração de soluções para os grandes problemas nacionais”. Maricato defendeu então mais atenção do Estado à questão urbana. “Reforma urbana já”, conclamou.

Adriana Alves falou de sua história na universidade, mencionou a ausência de negros no ensino superior e nos centros de decisão e defendeu “plenos direitos à população”.

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